Aceitação e Renúncia de Herança: Guia Completo Sobre Seus Direitos e Consequências
Aceitação e Renúncia de Herança: Com a morte de um familiar, abre-se a sucessão e, com ela, uma jornada de decisões cruciais para os herdeiros. O Direito de Sucessão estabelece que a herança se transmite automaticamente no momento do óbito (princípio da saisine). Contudo, para que essa transmissão se torne definitiva, o herdeiro precisa se manifestar. É justamente neste momento que surgem três institutos fundamentais: a aceitação, a renúncia e a cessão de direitos hereditários.
Cada um desses atos possui requisitos e consequências muito distintas. Portanto, tomar a decisão errada pode gerar custos inesperados e conflitos familiares. Por isso, este guia completo irá desvendar cada uma dessas opções para que você possa navegar pelo inventário com segurança.
Em primeiro lugar, temos a aceitação, que é o ato pelo qual o herdeiro confirma sua vontade de receber a herança. É importante notar que ela não cria o direito, pois a transmissão já ocorreu com a morte. Na verdade, a aceitação apenas torna essa transmissão definitiva, com efeitos que retroagem à data do óbito.
A aceitação pode ocorrer de três maneiras diferentes:
Depois que o herdeiro aceita a herança, ele não pode mais voltar atrás. O Art. 1.812 do Código Civil é claro: o ato de aceitação é irrevogável. Isso significa que, a partir daí, o herdeiro se torna responsável pelo pagamento do imposto de transmissão (ITCMD) e só poderá transferir seus direitos por meio de uma cessão.
Em contrapartida, a renúncia é o ato oposto: o herdeiro declara formalmente que não quer receber a herança.
Diferentemente da aceitação, a renúncia é um ato solene e nunca pode ser tácita. Por exemplo:
Quando um herdeiro renuncia, a lei o trata como se ele nunca tivesse herdado. Sendo assim, sua parte “acresce”, ou seja, soma-se à parte dos outros herdeiros da mesma classe. Por exemplo, se três irmãos herdam e um renuncia, sua parte de 1/3 é dividida entre os outros dois. É crucial entender que não há direito de representação na renúncia: os filhos do renunciante não herdam em seu lugar.
Por fim, a cessão é o negócio jurídico pelo qual um herdeiro (cedente) transfere a sua cota-parte na herança para outra pessoa (cessionário).
Muitas vezes, um herdeiro diz que vai “renunciar em favor do irmão”. Contudo, é preciso ter muito cuidado aqui. Tecnicamente, ele está aceitando a herança e, no mesmo ato, cedendo-a para o irmão. Essa operação, por sua vez, tem uma consequência tributária importante, pois pode incidir tanto o ITCMD (pela aceitação) quanto o imposto de doação (ITCD).
Se um herdeiro decidir vender sua parte a um terceiro, a lei o obriga a oferecer primeiro aos outros coerdeiros, pelo mesmo preço e condições. Se não o fizer, o coerdeiro interessado pode depositar o preço em juízo e tomar a cota para si, no prazo de 180 dias.
Quem compra uma cota hereditária assume a mesma posição do herdeiro. Consequentemente, ele também responde pelas dívidas do falecido. É um negócio aleatório, pois o comprador corre o risco de, após o pagamento de todas as dívidas, não sobrar nada para ele receber.
E se um herdeiro endividado renunciar à herança apenas para prejudicar seus credores? O Art. 1.813 do Código Civil protege os credores. Nesse cenário, eles podem pedir autorização ao juiz para aceitar a herança em nome do renunciante. O valor será usado para pagar as dívidas e, se sobrar algo, o remanescente segue o destino da renúncia.
A decisão de um herdeiro entre aceitar, renunciar ou ceder sua herança é um dos atos mais sérios do inventário. Afinal, são atos irrevogáveis e com impactos fiscais e patrimoniais complexos. Portanto, a orientação de um advogado especialista é indispensável para garantir que você tome a decisão mais segura e vantajosa para sua família.maiores consequências do inventário. Por serem atos irrevogáveis e com impactos fiscais e patrimoniais complexos, a orientação de um advogado especialista é indispensável para garantir que a decisão tomada seja a mais segura e vantajosa para você e sua família.
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