Renascimento: símbolo da resistência da natureza
A prescrição em Inventários: processo de inventário já é, por natureza, um momento delicado. Contudo, ele pode se tornar um verdadeiro campo de batalha quando, no meio da divisão de bens, surge um documento inesperado: um “contrato de gaveta” antigo, uma promessa de compra e venda nunca registrada ou uma confissão de dívida esquecida, ameaçando desviar uma parte significativa do patrimônio dos herdeiros.
Antes que o pânico se instale, no entanto, é preciso respirar e analisar um dos institutos mais poderosos do Direito Civil, que muitos, por vezes, negligenciam: a prescrição. O tempo, que para alguns é um inimigo, pode ser o maior aliado dos herdeiros em situações como esta.
Primeiramente, é comum em negociações familiares ou mais antigas que as partes formalizem acordos em instrumentos particulares, sem o devido registro em cartório. Embora possam ter tido validade entre as partes na época, esses documentos criam enorme insegurança jurídica. No inventário, por exemplo, terceiros ou outros familiares frequentemente os apresentam para cobrar uma suposta dívida do falecido ou para exigir a transferência de um imóvel.
De forma simples, a prescrição representa a perda do direito de exigir algo na justiça pela inércia do titular desse direito durante um período específico. Em outras palavras, se alguém tinha o direito de cobrar uma dívida ou exigir a escritura de um imóvel e não o fez no prazo que a lei estipula, ele perde o direito de fazê-lo. Afinal, o Judiciário não socorre aos que dormem.
O ponto mais crucial, e que frequentemente define o destino desses contratos antigos, é a regra de transição entre o Código Civil de 1916 e o de 2002. Vamos, então, a um exemplo prático e muito comum:
Isso significa que qualquer tentativa de cobrar judicialmente esse contrato hoje estaria fadada ao fracasso. A dívida ou a obrigação pode até ter existido, mas o direito de exigi-la não existe mais.
Se um documento com essas características surgir no seu inventário, a primeira atitude é verificar a data. Isso porque, se o direito de cobrança estiver prescrito:
Em suma, antes de se desesperar com um documento antigo, lembre-se que o tempo pode estar a seu favor. Uma análise técnica sobre a prescrição em inventários é um passo que pode mudar completamente o rumo de uma partilha, protegendo o patrimônio e garantindo que a justiça seja feita. Além disso, é importante estar atento a outras teses que a parte contrária possa levantar, como a usucapião, que também possui suas próprias defesas.
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